sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A voz do Pastor + Dom Edney Gouvêa Mattoso

Nada é impossível a Deus

Caros amigos,
Ao olhar a beleza da criação, vemos a perfeição do Ser que a criou. Ele fez todas as estrelas e demais corpos celestes de imensa grandeza, mundos que nós nem sonhamos poder conhecer e, ao mesmo tempo, a menor de todas as partículas também foi originada a partir do seu ato criador. E todas as coisas ser criaram em harmonia: “eram todas muito boas”, nos diz o relato do Gênesis. (cf. Gn 1, 31). Entretanto, nenhuma criatura é perfeita; só Deus é perfeito. As coisas criadas participam da perfeição do seu Criador na medida em que realizam aquilo para o que foram criadas desde o início.
Dentro da criação de Deus, o homem merece um destaque especial pela perfeição de suas capacidades. Ele é, sem dúvida, a obra prima de Suas mãos, pois é capaz de conhecer e de amar, e por isso se assemelha ao Ser que o criou com sabedoria e amor.
Depois de criar o mundo, Ele não o abandonou, mas continua governando com sua providência o céu, o mar, as estrelas e cada um de nós. Não estamos sozinhos, mas nos acompanha nosso Pai do Céu. E, se, às vezes, permite que males aconteçam, é para deles tirar coisas melhores, impulsionar-nos adiante, fazer-nos crescer. O crescimento pode, em certos momentos, causar-nos dor, mas sua mão amorosa nunca nos abandona: ela nos guia!
Aos homens é impossível tirar o bem de um mal, mas isto não é impossível para Deus. “Por isso nada é mais adequado para consolidar a nossa fé e a nossa esperança do que a convicção profundamente gravada em nossas almas de que nada é impossível a Deus” (cf. Catecismo, 274). Somente a fé pode aderir aos misteriosos caminhos da Providência Divina.
Vivendo em meio às coisas humanas, devemos fazer tudo o que está ao nosso alcance: trabalhar, ser generosos com os mais necessitados, ser justos e honestos em nossas relações, cobrar providências aos que têm a responsabilidade de governar, saber suportar as limitações humanas. Mesmo nestas relações mais ordinárias não podemos esquecer-nos que nosso “Divino Companheiro” nos auxilia e quer que sejamos cada vez melhores.
Para nós é muito difícil visualizar em meio a tanto sofrimento provocado por uma catástrofe, como a que atingiu a nossa aqui Bom Jardim, Nova Friburgo e região. Quais seriam os bens que daí podemos tirar. É precisamente aí que o Evangelho ilumina as trevas da ignorância humana fazendo-nos enxergar profeticamente o que estava oculto pela névoa da dor, do sofrimento e da ausência aparente de sentido. Só a fé nos fará, aliada à esperança que move a caridade, enxergar horizontes mais promissores.

Dom Edney Gouvêa Mattoso,
Bispo Diocesano

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