segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Rádio Alternativa teve papel fundamental na cobertura da enchente em Bom Jardim

Radioamadores e voluntários também ajudaram muito, arrecadando e distribuindo donativos para vítimas da maior catástrofe ambiental do país.

Antes de chegar à sede da Rádio Alternativa para apresentar o programa “Manhã Sertaneja”, o locutor Vinício Erthal conversara com o colega de profissão, Francisco Silva, a respeito da calamidade que já se instalava no município de Bom Jardim, no último dia 12 de janeiro, uma quarta-feira. Por volta das 5h30min, Vinício recebeu no estúdio da emissora representantes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e o secretário de Obras, Thiago Muniz, alertados por notícias que vinham de Nova Friburgo. A partir daí, a 104,9 FM começou a transmitir as primeiras informações sobre o caos que população bom-jardinense passaria, logo depois, a enfrentar. Após presenciar a queda da ponte na RJ-116, o responsável pela emissora Getúlio Gomes (foto), que mora no bairro Bem-Te-Vi e, por volta das 8h25min, estava indo para o trabalho diário na rádio, ficou parado às margens do Rio Grande, de onde informava aos ouvintes acerca do inimaginável episódio que atingiu bairros como Babaquara, São Miguel, Varginha e Campo Belo.

Com experiência na radiodifusão, Vinício Erthal afirmou em entrevista ao JORNAL MAIS, ter ficado perplexo com o que viu e ouviu. “Com 18 anos de rádio, nunca passei por isso”, afirmou o locutor, que disse também ter ficado em um só dia, 13 horas seguidas dentro do estúdio. Já o locutor Emerson Vieira, que há sete anos integra a equipe da Alternativa, ficou impedido de sair da localidade onde mora e só conseguiu chegar ao centro da cidade na segunda-feira seguinte, dia 17, e assim participar da cobertura feita pela emissora. “Rádio não é só música, é prestação de serviço, informou ele, que durante os dias em que esteve “ilhado” ouvia a programação da Alternativa pelo rádio do seu carro.

Ávidos por informações sobre parentes, moradores de muitas cidades e até de estados distantes, como Rondônia e Pará, enviaram dezenas de e-mails para a Alternativa. Mas a normalização do atendimento aos ouvintes só aconteceu quando foi restabelecida a telefonia celular no município e a operadora Oi passou oferecer aos assinantes aparelhos móveis para substituir os telefones fixos que ficaram mudos.

Rede de radioamadores também colaborou muito – O radialista Getúlio Gomes, que possui equipamento de radioamador instalado em seu carro, tão logo se viu “ilhado” e impossibilitado de chegar ao trabalho, pela brusca interrupção da RJ-116, imediatamente vislumbrou a necessidade de agir com rapidez, ante ao caos que já começava a se instalar. Sua primeira atitude foi colaborar com a organização de um posto de atendimento à população, instalado por voluntários próximo à ponte derrubada pelo rio. Em seguida, Getúlio acionou a rede de radioamadores, que tem alcance internacional, em busca de auxílio às vítimas da inundação. Antes mesmo que os helicópteros militares começassem a trazer donativos de todo o Brasil, os radioamadores e outros voluntários, já estavam enviando para o município toneladas de produtos alimentícios, água mineral, material de limpeza e higiene, roupas e calçados. Começava assim a funcionar uma “rede de solidariedade”, que misturou pessoas de todas as camadas sociais, empenhadas em ajudar os flagelados, abastecendo-os com as tão necessárias e bem-vinda doações. Todos viram, com gratidão, o Brasil inteiro se movimentar para ajudar os desabrigados da Região Serrana do Rio.

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